quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023


Depois, quando é necessário, não funciona!

No passado sábado, fui dar uma voltinha, daquelas que eu gosto: com dias de sol sem estar calor e, sempre que possível, por estradas secundárias. 

E assim foi. Saímos de Braga (eu e a minha mulher) e, um pouco à sorte, lá fomos andando, primeiro por terras de Lanhoso e depois por terras de Basto, acabando por ir a Cabeceiras de Basto, deslocação que andava há muito para fazer.

Mosteiro de S. Miguel de Refojos

Quem vai a Cabeceiras de Basto tem de, inevitavelmente, visitar o Mosteiro de S. Miguel de Refojos, exemplar máximo do barroco por aquelas bandas e onde andou mão do Arquiteto bracarense André Soares. 

No regresso, e também um pouco ao sabor da corrente, decidi sair da estrada nacional e virar à direita em direção a Vieira do Minho, pela estrada da serra da Cabreira. E lá fui. 

Ponte da Ranha sobre o rio Perro
Primeira surpresa, pois já não fazia ideia de que era por ali que se encontrava a Ponte da Ranha sobre o rio Perro e que é nem mais, nem menos, o local onde terminava o troço da Cabreira (Rossas-Cabeceiras) tendo como ultima curva, esta ponte, onde todos os aficionados dos rallies gostavam de ir ver a passagem do carros, isto nos anos oitenta. Recuei 40 anos e de olhos fechados, voltei aqueles tempos.

Mas, o que, verdadeiramente me levou a este escrito foi o facto de, ao chegar a uma aldeia, com um nome, pelo menos curioso, Busteliberne (alguém me disse que o nome terá origem Hebraico-Judaica), nos depararmos com vários focos de incêndio numa encosta da serra. Acabei por parar o mesmo junto da placa identificativa da povoação e, curiosamente, ao lado, há um placard da Proteção das Florestas que tem lá um número - 117- para o qual, devemos ligar em situações destas.

A serra da Cabreira em Busteliberne
Foi o que fiz. Atenderam com rapidez, uma menina, à qual expliquei o que se estava a passar "dizendo-lhe que estava naquele sitio assim assim e que estava a ver a encosta da serra a arder". Resposta/pergunta dela: "Mas isso é aonde? E o que está a acontecer? E que serra é essa?" ao que eu respondi, descrevendo novamente, a minha localização.

Fez-se silêncio, do lado de lá da linha e, alguns segundos depois, lá voltou, para me dizer: "Vou passar a um colega meu".

Ouviu-se o som de transferência de chamada e, foi atendida por outra funcionaria que, sem tirar nem pôr, me interpelou com uma bateria de perguntas, semelhantes às da colega anterior.

Fiquei pasmado, com tamanha ignorância, das pessoas que estavam do lado de lá, e que, supostamente, deveriam ser conhecedoras, pelo menos das serras de Portugal. Não sabiam onde é a serra da Cabreira, muito menos, a aldeia citada de Busteliberne. 

Acabei por me insurgir e responder, já bastante irritado: "Menina, deixe lá, não se preocupe. Quando a serra estiver a arder a sério, de certeza que irá ter conhecimento e depois saberá onde fica" e desliguei.

A serra da Cabreira em Busteliberne

Sinceramente, fiquei preocupado com o nível de conhecimentos apresentados por estas funcionárias, penso que da Proteção Civil e ainda mais, da sua falta de desenvoltura, para que me compreendessem e pudessem atuar de acordo. 

Pareceu-me que estava a ligar para um daqueles serviços, em que nos passam a chamada umas nove ou dez vezes e, quando nos atendem, a pessoa não nos resolve nada.

Depois, quando é preciso, nada funciona. Temos exemplos de sobra, ao longo destes anos. E alguns, bem horríveis.

    E depois o macaco sou eu.





JoséCampos

@2023.02.08


ASSIM, NÃO. .. A continuar assim, muita gente vai deixar de ir ver o rali ao vivo e, eu sou, desde já, um deles. Não se pense que, ao lerem ...