Depois, quando é necessário, não funciona!
No passado sábado, fui dar uma voltinha, daquelas que eu gosto: com dias de sol sem estar calor e, sempre que possível, por estradas secundárias.
E assim foi. Saímos de Braga (eu e a minha mulher) e, um pouco à sorte, lá fomos andando, primeiro por terras de Lanhoso e depois por terras de Basto, acabando por ir a Cabeceiras de Basto, deslocação que andava há muito para fazer.
Mosteiro de S. Miguel de Refojos |
Quem vai a Cabeceiras de Basto tem de, inevitavelmente, visitar o Mosteiro de S. Miguel de Refojos, exemplar máximo do barroco por aquelas bandas e onde andou mão do Arquiteto bracarense André Soares.
No regresso, e também um pouco ao sabor da corrente, decidi sair da estrada nacional e virar à direita em direção a Vieira do Minho, pela estrada da serra da Cabreira. E lá fui.
Ponte da Ranha sobre o rio Perro |
Mas, o que, verdadeiramente me levou a este escrito foi o facto de, ao chegar a uma aldeia, com um nome, pelo menos curioso, Busteliberne (alguém me disse que o nome terá origem Hebraico-Judaica), nos depararmos com vários focos de incêndio numa encosta da serra. Acabei por parar o mesmo junto da placa identificativa da povoação e, curiosamente, ao lado, há um placard da Proteção das Florestas que tem lá um número - 117- para o qual, devemos ligar em situações destas.
A serra da Cabreira em Busteliberne |
Fez-se silêncio, do lado de lá da linha e, alguns segundos depois, lá voltou, para me dizer: "Vou passar a um colega meu".
Ouviu-se o som de transferência de chamada e, foi atendida por outra funcionaria que, sem tirar nem pôr, me interpelou com uma bateria de perguntas, semelhantes às da colega anterior.
Fiquei pasmado, com tamanha ignorância, das pessoas que estavam do lado de lá, e que, supostamente, deveriam ser conhecedoras, pelo menos das serras de Portugal. Não sabiam onde é a serra da Cabreira, muito menos, a aldeia citada de Busteliberne.
Acabei por me insurgir e responder, já bastante irritado: "Menina, deixe lá, não se preocupe. Quando a serra estiver a arder a sério, de certeza que irá ter conhecimento e depois saberá onde fica" e desliguei.
A serra da Cabreira em Busteliberne |
Sinceramente, fiquei preocupado com o nível de conhecimentos apresentados por estas funcionárias, penso que da Proteção Civil e ainda mais, da sua falta de desenvoltura, para que me compreendessem e pudessem atuar de acordo.
Pareceu-me que estava a ligar para um daqueles serviços, em que nos passam a chamada umas nove ou dez vezes e, quando nos atendem, a pessoa não nos resolve nada.
Depois, quando é preciso, nada funciona. Temos exemplos de sobra, ao longo destes anos. E alguns, bem horríveis.
E depois o macaco sou eu. |
JoséCampos