sexta-feira, 1 de junho de 2012

CRÓNICAS DE BEM DIZER-01de Junho de 2012

Não quero, nem aqui nem em lado nenhum, criar qualquer polémica seja ela de que origem for e, nem sequer me quero arvorar de paladino da resolução dos problemas do país (ao contrário de alguns senhores que vão para as nossas televisões com mil e uma soluções, sabem tudo, têm a solução para tudo e depois nada se vê e com a agravante de que alguns já lá estiveram-no governo- e nada), mas como cidadão deste jardim (murcho) à beira mar plantado tenho o direito (se é que ainda tenho) e mesmo o dever de expressar a minha opinião. Então aí vai, doa a quem doer.
Quando em 2000 se lançou em Portugal o chamado Sistema Nacional de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (por sinal a cerimónia de pompa e circunstância foi realizada em Braga e na instituíção onde eu prestava a minha colaboração à altura), foi o culminar de anos de trabalho de técnicos e outros agentes, de reuniões e mais reuniões, de oficinas de trabalho, de idas à capital (em trabalho note-se) em numero infinito, dinheiro gasto, tempo (dias da semana, sabados, domingos de dia e de noite) pois o trabalho que se afigurava era (e veio a revelar-se) árduo. Foi a formação de técnicos desde os Profissionais de RVCC (assim chamados à época) aos administrativos, directores e coordenadores, enfim um sem numero de pessoas que tiveram de ser preparadas para poderem dar a resposta eficaz ao que o SNRVCC preconizava, bem como aos adultos que a pouco e pouco começaram a inundar os, na altura chamados Centros RVCC (e eu vou continuar a chamar-lhes assim para sempre), pretendendo inteirar-se do que podiam esperar do Sistema e como ingressar no mesmo.
Não havia mãos a medir no atendimento aos adultos, que à medida que os CRVCC começaram a funcionar, ali se deslocavam no intuito de poderem ver as suas, e digo sublinhando, AS SUAS competências, adquiridas em contextos diversos (formal, informal), reconhecidas. E reza a história que houve muitos e muitos casos de sucesso (eu posso avalizar o que digo pois era coordenador de um desses centros, ao contrário de muitos que para aí mandam "bitites" e desconheciam e acho que ainda desconhecem o real objectivo destes centros). Também houve muitos outros (talvez mais que os primeiros) que não tiveram sucesso, mas a vida é assim mesmo e não somos todos iguais, mesmo nas competências que cada um de nós possui e adquiridas nos mais diversos contextos, ao longo da vida.
E olhem caros amigos que isto de reconhecer competências adquiridas ao longo da vida (dando-lhes corpo através da emissão de um certificado de equivalência escolar e, sublinho EQUIVALÊNCIA ESCOLAR ) não é coisa de Portugal, pois países como o Canadá, a França, a Alemanha entre outros, já tinham e, TÊM a funcionar sistemas como este (aliás foi lá que nós fomos beber as principais orientações).
Agora aonde quero eu chegar? Pois bem, não quero ir muito longe, pois nem vale a pena, mas gostaria que me respondessem (porventura quem saiba) a uma simples questão: como é que querem que um país evolua se sempre que mudamos de governo, por tradição o que entra "apaga" pura e simplesmente muitas das iniciativas que o anterior tomou (sejam eles de que cor forem) só porque não admitem que alguém (diferentes deles na cor claro) fez algo de louvável e útil?
Já sei que muitos vão dizer - aquilo era uma  porcaria, só se trabalhava para os numeros,etc...- mas esses também eu sei que são os que não entendem (nem nunca vão entender) o que é o reconhecimento de competências adquiridas ao longo da vida e, as perspectivas que abre às pessoas de poderem prosseguir, após essa equivalência escolar, outras vias alternativas de formação académica e/ou profissional, que de outra forma lhes era vedada (como aconteceu com muitos e muitos adultos deste país que passaram pelos CRVCC).
Contentes com o "apagão" nos CRVCC estão os senhores que ora mandam neste país, que de uma forma arbitrária, por birrice, e mais grave ainda, sem acautelarem uma solução para os milhares de adultos que se encontravam inscristos nos centros, ignorando-os pura e simplesmente como de lixo se tratasse.
A estes adultos, que ficaram sem resposta por parte do nosso estimado governo, lanço um desafio: encham os mail's de quem manda com pedidos de esclarecimento e não se deixem ficar até que a vossa situação seja resolvida. É um direito que têm e não devem, de forma nenhuma, deixar de o exercer.
A casa vai já no segundo andar, entra um governo novo, manda tudo abaixo, pois quer construir à sua maneira, pese embora a casa até estava bem construída.
Assim nunca vamos sair como diz o Povo (e ele, o Povo, sabe o que diz) da CEPA-TORTA.

José Campos

ASSIM, NÃO. .. A continuar assim, muita gente vai deixar de ir ver o rali ao vivo e, eu sou, desde já, um deles. Não se pense que, ao lerem ...