sexta-feira, 15 de março de 2013

CRÓNICAS DE BEM DIZER-15 de Março de 2013


AEP não paga salários, CMVM regista fundo que absorve dívida

Associação não conseguiu pagar ordenados de Fevereiro a 200 colaboradores. Fundo imobiliário permitirá saneamento financeiro da AEP

Ora aí está uma daquelas notícias que apenas os incautos ficam surpreendidos quando, finalmente, elas vêm a lume. Não era de esperar que, quando se criam mega associações do género desta –AEP-Associação Empresarial de Portugal- as coisas não venham a resultar, pois trata-se de estruturas tão grandes e tão dispendiosas que dificilmente se conseguem auto financiar e, quando o Estado lhes corta nos apoios, o resultado é este; não conseguem sobreviver.

E, infelizmente, este não é caso único, pois temos por aí muitas destas associações empresariais que vivem constantemente com a “corda no pescoço”, dependentes do apoio do Estado, sem receitas próprias que possam fazer face à sua vida diária, muitas delas mal geridas, diria mesmo desastrosamente mal geridas e que depois se vêm “aflitas” para honrar os seus compromissos, quer com fornecedores, mas essencialmente com quem nelas trabalha.

E depois, o mais fácil é não pagar, atrasar subsídios de férias e de Natal em mais de 4 anos, ordenados que chegam aos seis/sete meses de atraso, sem que ninguém ponha cobro a isto.

A crise é, na maior parte das vezes a desculpa para este estado de coisas, mas para quem está atento, sabe muito bem que não é. Agravou-se o estado económico-financeiro de muitas delas com a crise, mas as situações de incumprimento já vinham de muito antes e, algumas delas até tinham “por hábito” viver em constante incumprimento.

E apenas porque quem lá trabalha e vê em perigo os seus postos de trabalho, é que não há, para já, mais noticias destas, mas certamente a paciência e sobretudo a falta de pagamentos levará, infelizmente, muitos destes trabalhadores a ter de renunciar, pois há situações de veras insustentáveis.

Já que se fiscaliza tanto, seria conveniente por parte de quem tem essa obrigação, de andar de olhos mais abertos e vir para o terreno, não fiquem no aconchego dos gabinetes climatizados, pois aí passa-vos tudo ao lado, por mais sistemas de informação que tenham, não conseguem chegar aos verdadeiros meandros do incumprimento, da má gestão (danosa direi mesmo) que por aí grassa.

E se se gastam milhões e milhões de euros em programas comunitários, de que muitas destas instituições acabam por beneficiar, também sabemos que os resultados não são os esperados pois, em muitos casos os dinheiros são desviados para “outras coisas” que não o verdadeiro objectivo para que foram concedidos.

Infelizmente, neste país, em que cumprir deveria ser o principal objectivo da actividade seja de quem for, assim não é e, se se conseguir “iludir” o parceiro tanto melhor pois assim se vai vivendo, embora “fora de lei”.

E termino perguntando; que vai ser agora desses trabalhadores? Desemprego com certeza, se calhar com uma mão atrás das costas, pois vão certamente dizer que não há dinheiro para indeminizações (é sempre assim).

E será que alguém vai ser responsabilizado por gestão danosa? Vai pagar, vai ser chamado à responsabilidade pela justiça? Com certeza que não, a avaliar por outras situações já conhecidas em que, apuradas responsabilidades de quem as tinha, nada foi feito e continuam impunes e até conseguem “encaixar-se” com alguma facilidade noutras empresas, passando-se um mata-borrão por cima de todas as “asneirolas” cometidas. Os trabalhadores, esse sim, vão passar um mau bocado com a perda da fonte de rendimentos (a maior parte deles baixo) que é o sustento das famílias, que vão ver as suas dificuldades agravadas com esta situação. E lá do alto, quem deveria responder pela situação, goza a bom gozar, pois passou, mais uma vez impune à responsabilidade de que era detentor.

É assim este país e assim irá continuar, infelizmente e para nosso desagrado.
 





E DEPOIS O MACACO SOU EU
 
 
 
José Campos
 

ASSIM, NÃO. .. A continuar assim, muita gente vai deixar de ir ver o rali ao vivo e, eu sou, desde já, um deles. Não se pense que, ao lerem ...