quinta-feira, 22 de setembro de 2016

sábado, 3 de setembro de 2016


QUANDO TODOS AJUDAM…NADA CUSTA

Quando se começou a falar da intenção (agora já certeza) que a Confraria do Bom Jesus tem, em cobrar um euro, pelo estacionamento nos parques do Santuário do Bom Jesus, levantaram-se logo imensas vozes contra tal atitude de quem gere aquele espaço.

Santuário do Bom Jesus do Monte em Braga | José Campos 2016
E, foi logo nos dias subsequentes à saída desta noticia, nos jornais de Braga, que me cruzei com um casal amigo, acabando, no desenrolar da conversa, por se “abordar” também este tema. E qual não é o meu espanto, quando a minha amiga me diz que “é contra a cobrança da entrada” para, logo a seguir, me presentear com esta “reclamação”; “eu agora no Verão até gosto de ir ao Bom Jesus, mas aquilo está tão mal iluminado”.

Bem, fiquei sem saber o que responder. Ou melhor, eu sabia muito bem, noutra situação, o que responder, mas a minha educação e o respeito que por eles nutro, levaram-me a ficar passivo.

Mas esta passividade que tive com os meus amigos, por respeito, não é, na verdade, o meu pensamento em relação à tão propalada notícia. Frontalmente, sou a favor de tal medida, embora não saiba da razão que levou a tomá-la: se foi para descongestionar o trânsito, em alguns dias, caótico, ou se foi mesmo para angariar alguns fundos que possam ajudar na conservação daquele espaço. Não importa agora discutir a causa, mas sim as consequências.

E é nesta vertente que, pasme-se, muitos daqueles que nunca vão a uma eucaristia ou mesmo à igreja rezar, vêm agora intitular-se de católicos praticantes e protestar contra tal medida. Sinceramente, acho um abuso total, estarem agora preocupados com uma simples entrada que custa um euro, quando ao longo do ano, nunca se preocupam em saber quanto custa manter aquele espaço limpo e asseado, para que possam visitá-lo e, nele, disfrutar de uma manhã ou tarde bem passada.

Sei que muitos, ao ler este texto, vão já dizer “mas aquilo é da Igreja, e ela tem muito dinheiro, por isso não tem nada que estar a cobrar seja o que for”. Pois, eu também era capaz de pensar assim, se não soubesse o quanto custa ter aquele espaço, e outros, com tamanha dignidade. São milhões de euros, sim milhões, que a Igreja tem que “arranjar” para fazer face a tamanha despesa. Como não têm máquinas, que eu saiba, de fazer dinheiro, e para pagar aos que por lá desenvolvem a sua actividade profissional – sim a Igreja também contribui para a criação de postos de trabalho – algo tem de ser feito para suprir a falta do vil metal, com que se pagam salários e impostos. Quanto mais não seja, para amenizar os custos suportados e, bem vistas as coisas, um euro é um euro, nada que não se possa despender. Há outros locais em que é bem mais, a roçar a extorsão, e nunca vi ninguém tão preocupado e a clamar pela liberdade religiosa e outras coisas mais.

E, neste contexto, gostaria de colocar uma questão a toda a comunidade bracarense: digam-me, honestamente, o que é que em Braga há de melhor para mostrar a quem nos visita?

Ficamos todos babados quando nos dizem “é pá, fui a Braga e vi o Bom Jesus e o Santuário do Sameiro, a Sé de Braga e a Santa Maria Madalena. Que espectáculo! E tão bem conservados.”

Pois, ficamos contentes, felizes, embevecidos, quando tal ouvimos.

Também deveríamos ficar contentes em ajudar, para que se conservem os verdadeiros “bilhetes postais” da nossa cidade.

E, se possível, bem iluminados.

ASSIM, NÃO. .. A continuar assim, muita gente vai deixar de ir ver o rali ao vivo e, eu sou, desde já, um deles. Não se pense que, ao lerem ...