segunda-feira, 25 de junho de 2012


Dia 26 de Junho – Dia Internacional de Luta contra a Droga

Costuma associar-se ao D de Droga valores e questões tão negativos como sejam o D de Desgosto ou o D de Desilusão. Mais grave é o D de Dependência e o D de Destruição. Encaixado entre o C de Confiança e o E de Esperança, o D de Droga é, primeiro, um mal individual e, depois, um mal familiar, profissional, social… Percorrendo todo o abecedário, podem relacionar-se diversas designações e sinónimos com o D de Droga, mas os mais importantes são o A de Acreditar e o L de Libertação.

A toxicodependência é um dos problemas sociais mais graves do nosso tempo. Ninguém pode alhear-se desta realidade. Apesar da toxicodependência ser uma doença, esta não é aceite nem entendida como tal pela generalidade das pessoas; muitos negam mesmo que se trate de um problema de saúde. A identidade social do toxicodependente deve-se à existência de um sistema normativo, onde estão inerentes pressupostos que precedem o indivíduo e que permitem rotular o toxicodependente enquanto tal. Os significados e os símbolos permitem criar imagens, as quais permitem avaliar e conduzir ao preconceito e à exclusão.

Este fenómeno deve ser encarado, pois se aceitarmos que a droga é um problema humano, que a toxicodependência é um problema social, então temos que aceitar também que o problema é de todos, ou seja, diz respeito a cada um de nós. Todos somos responsáveis, pois este e outros problemas como a guerra, a fome, a exclusão, o racismo, entre outros, resultam da forma como a sociedade está organizada – e somos nós que a organizamos.

Quando falo aqui em responsabilidade, é claro que não estou apontar “culpados”, isto seria olhar para o passado. Esta ideia de responsabilidade aponta para o futuro, para a gestão do problema. Aí sim, todos temos um papel a desempenhar e assumir que a nossa sociedade é fundamental. Por outras palavras, ser responsável é respeitar a vida, cultivando uma atitude ética face à nossa vida e face à vida dos outros.

Gostaria de partilhar uma pequena reflexão feita através da parábola do leproso Lázaro, relacionando-a, de certa forma com esta problemática da toxicodependência. De todas as doenças conhecidas no Oriente, a lepra era a mais temida. Não só por ser uma enfermidade que destruía o corpo mas também por ser uma doença social.

Esta doença era reconhecida como símbolo do pecado: tudo aquilo que o leproso tocava ficava imundo e até o ar era poluído pelo seu hálito. A separação social era terrível. Os doentes tinham de ser isolados do restante da comunidade, convivendo única e exclusivamente com outros leprosos, fora das cidades, dentro de cavernas.

Este ser humano era privado do convívio com os outros, separado da família e dos amigos, sofrendo as consequências da sua enfermidade. Era obrigado a publicar a sua desgraça, rasgar as suas vestes, fazendo soar o alarme, advertindo a todos para fugirem da sua presença.

Jesus ministrava a Palavra numa região onde existiam muitos doentes leprosos. Lázaro fazia parte destes sofredores. Os milagres de Jesus enchiam o seu coração de fé e esperança e por isso, começou a procura-Lo. Quando O encontrou, a questão era outra: como aproximar-se de Jesus?

Lázaro era excluído, discriminado, marginalizado. Tinha a vida devastada pela lepra. Como é que Jesus o atenderia se a sua doença era considerada o símbolo do pecado? No entanto, este homem começou a seguir de longe a Jesus e depressa percebeu a forma como Ele tratava os oprimidos e ignorados da vida: nenhum era rejeitado, ninguém que procurasse auxílio era reprimido.

Encheu-se de coragem, foi até Jesus, confessou-Lhe as suas incapacidades, arriscou, ousou ser diferente e pedir ajuda. Toda a sociedade fugiu, escondeu-se. As pessoas ficaram apavoradas, tentaram impedir este homem de seguir o seu caminho. Mas, Jesus ficou.

O leproso encontrou em Jesus um amigo, encontrou a esperança. Jesus quebrou paradigmas ao tocar o leproso; Ele poderia tê-lo curado apenas com uma palavra mas Ele tinha uma lição para nos ensinar “estendeu a mão e tocou”, mostrando assim os valores da Humanidade e do Amor. Jesus não curou apenas o corpo de Lázaro, mas com o toque Ele curou também, a alma ferida deste homem.

Assim, todos nós, seres humanos e crentes em Jesus podemos agir da mesma forma: não importa qual seja o mal que determinada pessoa enfrenta, seja pecado, doença, descriminação, pobreza ou vício. Todos podemos contribuir para a esperança da vida de alguém.










Clarisse Queirós
SOCIÓLOGA
AFINAL ATÉ SOMOS BONS


José Campos

ASSIM, NÃO. .. A continuar assim, muita gente vai deixar de ir ver o rali ao vivo e, eu sou, desde já, um deles. Não se pense que, ao lerem ...