AS "EXCENTRICIDADES" DA NOSSA CIDADE
Por estes dias, quem passava na Av Central, junto ao coreto, deparava-se com este cenário. Apesar de, na altura em que fiz as fotos, chovesse copiosamente, a roupa lá estava, estendida, à espera dos raios de sol, que a haveriam de secar, e que, nesse dia, não apareceram.
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Coreto da Av. Central em Braga |
Fiquei surpreso! Pensei que tivessem alugado o lugar e sido transformado em habitação. Mas não. Algo estava errado e não batia certo, até que, descendo as escadas, estava um dos "moradores". Depressa compreendi, até porque esse senhor, é meu conhecido, não por boas causas ou razões, mas, na verdade, já nos cruzamos.
Ao que chegou esta gente infeliz. As drogas e o álcool, misturados com falta de trabalho ou, até, por falta de vontade de trabalhar, levaram a este viver, se é que assim se pode chamar, na verdade.
Mas o que mais me indigna, não é a roupa estendida, desta forma, em pleno centro da cidade, e que dá mau aspeto e choca, a quem passa, por tanta miséria humana, se poder ver, ali retratada. O que mais me indigna é que, alguns, muito poucos, constroem colossais fortunas, à conta dos tráficos de estupefacientes, lançando para a indigência, milhares e milhares de pessoas, por esse mundo fora. Quantas vidas foram destruídas, quantos sonhos foram apagados, quantas famílias se desagregaram, por causas diretas, com este martírio das drogas? Certamente, milhões.
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Coreto da Av. Central em Braga |
Às autoridades locais, neste caso, de Braga, cabe dar apoio a esta gente e, tirá-la da exposição publica a que se encontra sujeita. Manter aquele local, nas devidas condições de sanidade e salubridade, é também de sua obrigação, tratando-se, mais a mais, de um lugar de fruição publica.Quanto às gentes, é preciso recuperá-los e, se possível, dar-lhes uma nova vida, plena de significado e dignidade.
Todo o ser humano, merece este nosso esforço. Não vale assobiar para o lado. À nossa porta e, muitas vezes, dentro da nossa própria casa, sentimos estas tragédias. Por conseguinte, todos, somos poucos, para lutar, contra este flagelo, dos anos modernos.
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E DEPOIS O MACACO SOU EU |
José Campos
@2022.11.18