sexta-feira, 14 de junho de 2013

CRÓNICAS DE BEM DIZER-14 de Junho de 2013

A FALSA DEFESA DOS ALUNOS

Já todos nós, os mais velhos, passamos por estas situações, ou seja fomos alunos, somos pais e alguns de nós até já somos avós. Ou seja, temos experiência adquirida para podermos aquilatar sobre a situação que estamos a viver atualmente.
E refiro-me concretamente à perspetiva da greve dos professores anunciada para o próximo dia 20 e que vai coincidir com a época de exames, o que desde logo trás incómodos aos alunos, e apenas a esses, pois são eles que vão ter de prestar provas.
Mas que eu saiba, não há nenhuma greve que não traga incómodos seja a quem for e, por conseguinte aqui não estamos em situação diferente de outra qualquer em outra qualquer greve que por aí se faça.
Mas porquê a falsa defesa dos alunos?
Pois bem, temos assistido, esta semana, a uma enxurrada de comunicações de tudo o que é gente e que tem acesso aos meios de comunicação, na defesa dos alunos, pois com esta falta de professores para vigiar os exames e a sua consequente não realização, vai trazer graves incómodos aos alunos que, para além de os trazer nervosos e alterar as programações que teriam sido feitas em função da data dos exames. Para além de que, prejudica quem andou um ano inteiro a estudar e que agora, no final de ano, vê de forma abrupta, interrompida a sua agenda de estudo e que poderá pôr em perigo o acesso a outros graus de ensino que estes estudantes queiram seguir.
Assim seja, até aqui nada de novo e nada a discordar. Trás realmente incómodos, alterações ao normal desenvolvimento do que estava calendarizado e tudo tem de ser recalendarizado, com os inevitáveis atrasos que estas situações acabam sempre por trazer.
Mas porquê agora esta defesa intransigente dos alunos? Então e quando aumentam os passes escolares, quando aumentam as refeições nas cantinas, quando há alunos que vão para a escola sem comer porque não têm, então aqui ninguém se lembra dos alunos?
Pois é, quando convêm há que defender, quando deveriam defender há que estar calado.
E mais, atrevo-me a dizer que, a maioria dos alunos até vê com bons olhos o adiamento dos exames, pois assim têm mais tempo para estudar, pois a maioria dos alunos só estuda na véspera dos exames.
E não me venham dizer que assim não é, pois todos nós já passamos por isso e sabemos muito bem que assim é. A inevitável tendência que temos de deixar tudo para a última hora assim o dita.
E, se me permitem, deixo-vos uma experiência por mim vivida. Neste momento em que me encontro no desemprego, e para me preparar melhor para a minha reentrada no mercado de trabalho, decidi matricular-me num curso tecnológico, pago do meu bolso, e que frequento durante o dia, fora da minha área de residência, o que me trás custos acrescidos de deslocações, entre outras.
E a que é que eu assisto? A uma ausência constante às aulas por parte de muitos formandos, vai-se para as aulas sem sequer levar uma esferográfica e uma simples folha de papel para tirar apontamentos, entre outras situações anómalas, num local em que os formadores disponibilizados pela instituição são de elevada qualidade, pelo que não será por eles que nós não vamos aprender.
Por isso continuo a dizer que, se calhar há que tomar outras medidas, ao longo do ano, para que tudo melhore nas nossas escolas e, não estar apenas preocupados agora, numa situação pontual. Muito há a fazer nas escolas e com os alunos. E se há alguém que por eles se interessa são precisamente os professores que, para além das aulas, ainda têm um "montão" de trabalho fora do tempo em que estão em sala de aula. São uns verdadeiros heróis, que sacrificam muito da sua vida familiar e particular, para poderem estar constantemente atualizados em conhecimentos e saberes de forma a transmiti-los aos seu alunos. 
Senhores que mandam neste país, deixem-se de brincar com os professores e principalmente com os alunos.
 
 
 
 
 
 
 
E DEPOIS O MACACO SOU EU
 
José Campos
 
 

ASSIM, NÃO. .. A continuar assim, muita gente vai deixar de ir ver o rali ao vivo e, eu sou, desde já, um deles. Não se pense que, ao lerem ...